20 séculos de Igreja Cristã

20 séculos de Igreja Cristã
do século I ao século XXI

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

INTRODUÇÃO

A Igreja, de Atos até nós: este é o panorama que queremos cobrir em cinquenta fascículos, revisitando a história da Igreja Cristã desde o seu início no primeiro século – conforme narra o livro de Atos dos Apóstolos – e chegando até o século XXI. São praticamente vinte séculos, quase dois mil anos, desde que tudo começou. Grandes foram os desafios, inevitáveis as mudanças, mutáveis as circunstâncias que influenciaram a trajetória da Igreja, até que chegássemos aos nossos dias. Para organizar todos os acontecimentos e selecioná-los em apenas cinquenta textos curtos que abrangessem toda a história, foram necessárias muitas leituras, exaustiva pesquisa e seleção de temas que formassem um todo coerente dentro aquilo que pretendíamos atingir. 
E a que resultado queremos chegar? Cremos, como cristão, que este trabalho valerá a pena se o resultado final for edificante para a vida da Igreja como um todo e para a participação individual de cada um na construção do Reino de Deus neste mundo. Grandes serão as dificuldades, já que uma aparente unidade conseguida na Igreja Primitiva iniciada em Jerusalém se perdeu ao longo do tempo. A unidade da Igreja foi uma das últimas preocupações de Jesus Cristo ao deixar este mundo, demonstrada, por exemplo, em sua oração sacerdotal por seus seguidores, tanto os seus contemporâneos no primeiro século, quanto aqueles que viessem a se juntar ao grupo ao longo do tempo. Ele sabia que, face a culturas, povos, tempos e circunstâncias diferentes e tão diversas como aquelas que sobrevieram à Igreja em sua trajetória, que unidade seria uma das características mais difíceis de serem mantidas pelo seu Corpo.
Earl Cairns ensina que a Igreja se desenvolve em dois níveis: existe o Organismo e a organização. O organismo é eterno, perfeito, santo, divino, imutável, absoluto, pois foi edificado pelo próprio Senhor Jesus quando esteve de forma corpórea neste mundo; foi sobre o Organismo que Jesus afirmou que mesmo as portas do inferno não prevaleceriam contra ele. A Organização da Igreja se refere às congregações locais, que são finitas, imperfeitas, humanas, mutáveis, relativas, pois formadas por pecadores como nós enquanto estamos neste mundo. Cremos que, enquanto as organizações da Igreja se dividem numa multiplicidade de tipos diferentes, há unidade no Organismo; é uma unidade através da diversidade: unidade da fé cristã ao longo dos séculos, apesar da diversidade de grupos, dogmas, formas enfim de ser igreja. A centralidade da Igreja na pessoa de Cristo é o segredo para isto; enquanto a Igreja for Cristocêntrica, esta unidade na diversidade será mantida, independentemente de nomes, etnias, culturas e todas as outras diferenças que surgirem. 
Como Organismo, somos o Corpo de Cristo, a Esposa que aguarda a volta do Noivo, e, enquanto o dia de seu retorno não chega, temos que fazer a nossa parte, vivendo e compartilhando a mensagem que ele mesmo ensinou a seus apóstolos, discípulos e seguidores durante o tempo em que aqui viveu como Filho do Homem. É com esta convicção que devemos viver, e também na esperança de seu retorno, repetindo a oração final do Apocalipse conforme João a expressou: “Maranata! Ora vem, Senhor Jesus!”  

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